Não sou homem de forno e fogão. Não tive necessidade (internato, casa de estudantes, chefs na cozinha em Genebra e Porto Alegre, Berenice com criatividade para inventar receitas em função do que tem disponível) e não tenho a criatividade para ir experimentando um molho e ir corrigindo com mais um pouquinho disso, mais um pouquinho de outro tempero, coisa que Berenice faz com prazer e naturalmente.
Na época em que trabalhávamos em Genebra lembro de duas realizações. Visitando amigos, vimos que tinham no pátio um marmeleiro que estava carregado de frutas. Não iam aproveitar muito e nos ofereceram. Lembrei como a mãe fazia, verifiquei num livro de receitas de Pelotas a quantidade de açúcar, fiquei com o braço doendo de tanto mexer até aparecer o fundo. Marmelada ficou linda, rosada, maravilhosa.
Outras vezes fiz pessegada, com pedaços de pêssego, ficaram lindas e muito gostosas. Eram indicações de meu pendor para a patisserie, onde a obediência à receita é fundamental. É possível ser criativo mas dentro de limites claros.
Em Porto Alegre, nossa querida amiga Dra. Glória Yen Yordi, nos presenteia anualmente um grande vidro com laranjinhas japonesas em calda e, algumas vezes, também as mesmas laranjinhas secas. Ela tem muitas frutas no jardim de sua casa. Uma vez ela nos deu uma geléia de laranja.
Fiquei encantado. Pedi a receita. Não é muito simples mas enfrentei. Abaixo o resultado:
Na conclusão da receita teve um descuido, falta de experiência. A parte final eu tinha feito numa panela Le Creuset, grossa e pesada, fácil para mexer e não pegar no fundo. Não lembrei que esta panela mantém o calor por um certo tempo, portanto continuou a cozinhar quando colocada para esfriar. Passou um pouquinho do ponto, deu para usar como geléia mas ficou também um doce de laranja maravilhoso. Próxima vez que fiz, não teve esse descuido. Berenice aproveitou e derramou chocolate em cima da geléia de laranja:
Esse foi o começo de minhas excursões como "patissier" iniciante.
Focaccia é uma das poucas produções salgadas que faço, usando fermento fresco. Nessa receita se pode ser criativo na hora de escolher o recheio.
Bolo Mármore e Cheesecake são as duas receitas solicitadas no Facebook.
A receita do Bolo Mármore não tem nada de especial, é uma receita de livro americano, acho que quem estiver lendo este texto tem uma receita de Bolo Mármore.
Clicar no link: Receita do Bolo Mármore
Essa receita inclui MUITA MANTEIGA para ficar bem gostoso !! Não indicado para quem está controlando a manteiga. Opção é reduzir a quantidade de manteiga.
Interessante que quando nos encontrávamos com os netos em Genebra, depois que saiam da escola pelas 15h30, a vó Berenice preparava o "goûter" (é o lanche da tarde), e frequentemente preparava uns sanduíches muito gostosos, mas nosso neto Roberto, o mais novo dos quatro, ainda bem pequeno, dizia: "Vovó, para mim sanduíche sem manteiga". Hoje, se aproximando de um metro e noventa de altura, certamente não comeria tal bolo, não só por ser vegano, mas também por não gostar de manteiga. É a provável razão pela qual não tenho feito o Bolo Mármore ultimamente. Eu tenho que admitir que eu gosto do amanteigado, e Berenice também, mas sem exagerar.
Abaixo fotos de duas realizações do bolo:
Berenice fica admirada que todos meus bolos sempre ficam bonitos. Acho que o segredo é seguir a receita. Uso muito a balança que evita erros.
A receita do Cheesecake é mais especial, é baseada em receita de um livro clássico, mas tem minha contribuição importante. O Cheesecake, New York style, é uma produção muito apreciada. A receita é bem detalhada.
Clicar no link para a receita: Cheesecake Lucio
Duas realizações: